São Leão Magno - 10 de novembro
Leão nasceu por volta do ano 400, perto da cidade de Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e em 430 já era arcediácono e conselheiro dos Papas Celestino I e Xisto III. Após a morte deste último, em 440, Leão assumiu o governo da Igreja.
Eram tempos difíceis. Internamente, a Igreja enfrentou divisões por causa de várias heresias, sendo o monofisitismo aquela que Leão teve que combater mais diretamente. Propalada pelo monge Êutiques, afirmava haver apenas uma natureza em Jesus, a divina, que teria absorvida a Sua natureza humana: negava, assim, o valor salvífico da Cruz, uma vez que não teria sido um verdadeiro homem a pagar pelos pecados, nem a ter verdadeira ressurreição.
Leão escreveu ao patriarca de Constantinopla a célebre Carta dogmática a Flaviano, onde expunha a verdadeira doutrina sobre as duas naturezas, divina e humana, na única Pessoa de Cristo. Esta carta foi fundamental no Concílio de Calcedônia, em 451, quando o monofisitismo foi condenado pela Igreja.
Também na Doutrina, na conservação da ortodoxia da Fé, no culto litúrgico, agiu Leão com invulgar sabedoria e oportunidade, ensinando e edificando a cristandade. Deixou escritos mais de 100 sermões e 143 cartas, documentos preciosos para a dogmática, história e ensinamentos da fé cristã.
Externamente, São Leão, por seu prestígio e eloquência, por duas vezes salvou Roma da destruição: em 452, convenceu o rei dos hunos, Átila, “o flagelo de Deus”, a preservar a cidade e a Itália, e em 455 conseguiu de outro invasor, Genserico rei dos vândalos, que poupasse a vida dos romanos e não incendiasse a cidade.
O Papa Leão teve um longo pontificado, pouco mais de 21 anos. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na basílica de São Pedro em Roma. Recebeu da posteridade o título de “Magno”, isto é, magnífico, por ter sido o Papa mais insigne no período anterior à queda do Império Romano Ocidental.